Estou há oito dias do meu próximo aniversário, trinta e poucos anos, e tudo que consigo enxergar a frente é um mundo desmoronando. Aparentemente ser puta e mãe na mesma encarnação é um grande pecado.
Se a garota se torna prostituta aos dezoito ou vinte anos é porque ela é jovem inconsequente e se a mulher entra nessa profissão mais velha, ela é fracassada, não se ajeitou na vida, não teve exito, por isso virou prostituta.
E se a mulher em questão traz na bagagem a maternidade, pronto. Joguem a na fogueira, porque ser mãe e ser prostituta é incompatível nessa sociedade.
O que as pessoas esquecem é que antes de ser mãe, a gente é mulher e ser humano.
Não deveria ser correto julgar a índole de uma mulher por ela admitir gostar da sua vida sexual e fazer disso a sua profissão. Não deveria ser correto usar o sexo para difamar uma mulher como uma progenitora ruim ou irresponsável. Não é o sexo que me define como uma pessoa boa ou ruim.
Há pessoas por aí que não praticam sexo e são ruins, não por isso, mas porque usa o seu tempo para fazer maldade com outras, pratica falsidade, matam, maltratam a família, os filhos, traem a lealdade de alguém, se apoderam de coisas que não são suas, usam do poder para prejudicar outras pessoas, etc etc etc.
As prostitutas como eu, só querem e assumem fazer o que gosta independente do moralismo falso que envolve todo esse mecanismo. A gente se empodera do nosso corpo e da nossa vida e não da vida alheia.
Então, me façam um favor, me deixem viver a maternidade em paz. Escolhi fazer isso somente uma vez na vida e independente do tipo de esposa que fui no passado, ou o tipo de profissão que escolhi, ser mãe foi a missão que tive mais sucesso.
Um dia minhas amigas me olharam torto por me ouvir dizer que eu nunca quis ser mãe, mas do contrário de muitas por aí que diz adorar a maternidade e não são capazes de tirar a bunda do sofá para ter uma tarde com os filhos e brincar no tapete com jogos ou levar para um parque, eu sempre faço isso com a minha.
No guarda-roupa tem uma pilha de jogos desorganizados porque os usamos frequentemente, o patins dela está jogado do porta-mala do meu carro, tem mancha de tinta e slimes em vários copos na cozinha, lápis de cor é encontrado aos pedaços em gavetas diferentes... eu sei de todas as dificuldades escolares dela em inglês, como também sei um monte de coisa sobre mitologia romana porque tive que ajudá-la a estudar.
Como profissional do sexo eu cumpro as minhas funções decentemente sem explorar financeiramente meus clientes. Não uso drogas e nem incentivo ninguém a usar ou beber dentro do quarto. Não importa quem é fulano e beltrano, quem tem mais ou tem menos, dentro do quarto, tirou a roupa é todo mundo igual. Todo mundo merece atenção, respeito e educação.
Não me contratam para apenas sexo, me contratam para conversar com com eles sobre seus desejos e fantasias sem julgamento. Me contratam para realizar o desejo de ser acariciado oralmente e/ou analmente quando suas parceiras (o) não o fazem. Me contratam para ter uma experiência de sexo sem compromisso social esperado por outras mulheres. Me contratam quando estão sem companhia para jantar ou conversar e para mais uma afinidade de coisas.
Cumpro muito bem as minhas funções com cada qual na sua caixinha e no seu tempo, não misturo as coisas, então me façam o favor, me deixem ser mãe e puta.
Uma mulher que se prostitui não deveria ser denominada de puta, porque esta é uma palavra usada para denegrir uma mulher e uma prostituta que exerce livremente, é alguém que aluga algo do seu corpo por um determinado período, algo que é seu, não tendo que dar contas a ninguém pela forma como o utiliza, não prejudica a sociedade; isto se for feito de espontânea vontade, não sendo forçada e, até tendo muitas vezes prazer. Quantas não são as mulheres casada, consideradas honestas, que casam apenas para serem sustentada pelos maridos, sem que sintam qualquer amor por eles, que fingem gozar quando na cama e depois vão foder com outros, ocultando a sua actuação a quem as sustenta. Estas sim, deveriam ser consideradas putas porque traem duplamente: quando fingem amar os maridos e depois a ocultas deles os trocam por outros homens até na prórpia cama conjugal. Falta esclarecer que não sou prostituta, mas não condeno quem tal pratica por prazer, juntando assim o útil ao agradável
ResponderExcluirGostosa,adoraria de chupa-la todinha e socar meu pauzão,que tesão bela..
ResponderExcluirQuerida Nina, não sei se me entristeço ou alivio por estar lendo este post apenas hoje… Afinal, se o tivesse lido há 10 dias talvez pudesse ter te ajudado mais, mas por outro lado, não tê-lo lido me permitiu ser 100% natural, espontâneo, e me parece que assim mesmo consegui me conectar com o que sentia e te ajudar a ter um aniversário mais leve.
ResponderExcluirAgora, vendo seu texto, me permito te dizer algumas palavras…
Você é uma puta mesmo. Uma bela duma puta. Uma linda puta ruivinha!
Você é uma mãe mesmo. Uma bela duma mãe. Uma amorosa e dedicada como toda boa deve ser, e você o é!
E que conflito haveria de existir nisso? Uma coisa não depende da outra, não é preciso ser boa mãe pra ser puta, e muito menos ser puta não te impede de ser boa mãe.
Contrariando a Josefa (ainda que em outras circunstâncias concorde com ela), em se tratando de você, pra mim o termo puta soa doce, provocativo, picante, como eu já o ouvi da sua boca!
E, sinceramente, é mesmo de ficar “puta” (com o perdão do infame trocadilho) com uma situação como a que você descreveu. Afinal de contas, porque alguém haveria de querer se meter em sua vida, no que você decide ou não fazer, e julgar à partir disso sua capacidade de ser boa mãe??
Oras, não são essa mesma sociedade e esse mesmo judiciário que vêm pregando um progressismo em que casais homoafetivos (masculinos ou femininos) podem adotar e criar seus filhos como queiram, e se não puderem tê-los naturalmente, podem inclusive adotá-los? Não é essa mesma sociedade que nos dita que é completamente normal que alguém, caso se sinta mulher mesmo tendo nascido em corpo masculino, possa demandar a mudança de toda sua “identidade” em função disso? E então, essa mesma sociedade, que tanto luta para garantir as liberdades individuais, de se poder ser o que quiser, como e quando quiser, com base em que argumento, pode querer impedir alguém de ser aquilo que escolheu? Que puritanismo perverso e seletivo é esse? Então gay e lésbica podem ser mães e pais e contar com todo o apoio da sociedade e do Estado, mas prostituta não? Por quê? Como se explica isso?
Mas, ao mesmo tempo que fico irmanado a você em indignação, quero agora me afastar desse lado “fraterno” pra não cometer incesto, pra admirar minha puta ruivinha! Você é foda, parabéns! Já te disse pessoalmente e tenho orgulho de repetir aqui: te admiro pela sua força de saber o que quer e não abrir mão disso, de viver suas escolhas e se orgulhar disso. Você poderia ter escolhido qualquer coisa, talvez qualquer outra escolha teria sido mais fácil de levar adiante e defender, mas você escolheu o que te faz bem independente do que seria fácil, e é disso que são feitas as pessoas que têm realmente caráter e personalidade! E isso me dá muito tesão… Você me ensinou o que é ser sapiosexual e descobri que também sou assim. Agora descobri também que tenho tesão por mulheres fortes e bem resolvidas, só não achei ainda a palavra pra isso.
E para os outros homens que tenham a paciência de parar uns minutos aqui para ler o que você escreve e o que eu, maçantemente, venho comentar, fica a dica: a Nina, como profissional do sexo, não apenas compre suas obrigações decentemente… Ela vai muito mais além, porque demonstra mesmo estar fazendo o que gosta e, por isso mesmo, faz muito mais gostoso (delicioso na verdade), e sou testemunha!
Procurei você por praticamente todos os motivos que você mencionou, e encontrei tudo o que procurava, uma grata surpresa!
Força ruivinha, siga seu caminho, deixe para trás tudo que possa te atrapalhar na busca por sua felicidade, em todos os lados de sua vida. Quando quiser ser puta, pode saber que aqui tem um cliente fiel, que mal espera pela próxima oportunidade de gozar (literalmente) dos seus serviços! E como uma coisa não atrapalha a outra...
Quando quiser ser mãe, aqui também encontrará um amigo para, pelo menos um ombro e uma palavra de alento te oferecer, sempre que precisar.
Um beijo, e até daqui uns dias...
Nina só vive sua vida! Sou GP tbm e simplesmente não dou explicação para ninguém, e tenho uma filha e posso até dizer que sei oque você passa...
ResponderExcluirUm dia vamos nos conhecer, sou do mato grosso bem pertinho de você!