Pitadinhas - Dia de Dentista


Cheguei no consultório com vinte minutos de atraso, tinha ligado do caminho avisando que me atrasaria apenas dez. “Tudo bem, hoje estou de saia, tomara que ele se distraia com isso”, pensei pervertidamente.  A secretária me deu uma olhada ácida, “só estou aqui ainda vinte minutos além do meu horário por culpa sua”, era como se me dissesse em voz alta, mas tudo bem, de fato eu estava errada. Com a cara carrancuda, fez anotações na minha ficha odontológica, recolheu o pagamento e me encaminhou, fiquei a pensar que se a funcionária estava com aquela cara, imagina o doutor.
Ela abriu a porta para que eu entrasse naquela sala fria, e avisou o doutor que já sairia para seu almoço, e assim fez. Felipe, meu odontologista, fez um sinal de represália com a boca, puxando os lábios no canto, e soltou:
- Só perdoo seu atraso porque está muito sensual com essas pernas de fora.
Sorri, eu sabia que era verdade, e não que eu tenha ido mal-intencionada, mas nunca se sabe. Felipe era um sujeito intrigante, uma pele clara com uma barba aparada que contornava perfeitamente seu rosto, um cabelo liso bem curto e uma boca discreta, olhos castanhos, media por volta de 1,70, magro e atraente. Estava em tratamento com ele há dois meses, como era semanal, já tínhamos uma certa intimidade para brincadeiras, mas ele nunca tinha avançado além delas. Assim que entrei, coloquei minha bolsa e celular na mesinha e me deitei na cadeira. Ele a regulou para a altura que precisava trabalhar na minha boca, assim que o fez, minha saia que era de um tecido leve, subiu um pouco. Ajeitei. Ele mais uma vez brincou:
- Deixa a saia ser feliz escorregando, também ficarei feliz por isso.
Ele estava mais saidinho do que as outras vezes, me mantive no direito de dar uma olhada como quem diz “jura, né? ”.
Em seguida, mudou a música que tocava, alguma coisa estrangeira para um Jazz, disse que trabalhava melhor ouvindo esse ritmo. Eu gostei, poderia dormir naquela cadeira, se não fosse tanta “mexeção” na minha boca. Foram uns quarenta minutos de procedimento, quando ele terminou, arrancou a máscara do rosto e comentou:
- Terminamos por hoje, o que é uma pena porque essa sua boca e essas pernas são bem convidativas.
- Convidativas para quê? Perguntei.
- Para uns bons beijos, ora.
- Então, deixa eu avaliar se você faz isso bem – comentei sorrindo sarcasticamente.
- . – Dizendo isso, se aproximou (...)


Ficou curioso? Aqui no e-book tem a continuação.

Beijoss






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