Super ego


No fim de semana fui convidada por um casal de amigos, que inclusive fiz amizade por causa do blog, conto em outra oportunidade, para irmos conhecer uma barzinho novo na cidade. De lá, seguimos para uma boate local. 

Entramos, compramos bebidas, escolhemos um canto e ficamos. Os dois dançavam, de vez em quando aparecia algum gentil cavalheiro e me puxava para dançar, ou eu ficava por ali dançando solo, tomando minha bebidinha e fazendo o que gosto muito, observar! 

Na nossa frente, um carinha falava ao ouvido de uma garota, daqui a pouco dançavam, depois ia cada um para um canto, até irem se achegando de novo. Penso: pooorra... não tenho paciência para isso... (e posso provar), já estava quase indo lá e perguntando: oh garota... ou dá ou desapega minha filha!

Eu queria ter esse saco para toda essa cerimônia, mas na boa, não tenho mais. Deve ser por isso que nunca pego ninguém nesses lugares. Sou prática, se gosto quero pegar logo e se não gosto, dispenso ou viro coleguinha. Talvez seja por isso que me dou bem como acompanhante, é só uma questão de praticidade.

Sempre reclamo para as amigas que ninguém nunca chega em mim na balada, dessa vez eu já não podia reclamar. Um sujeitinho passou, deu uma olhada, me achou bonitinha e já chegou no meu ouvido com o discurso pronto: você é linda, você blá, blá, blá, você é o tipo de mulher que todo homem blá, blá blá. Não é como essas meninas que ficam aí blá blá...

Penso comigo: tudo bem, pode gastar saliva, mas não vai me pegar.

Abro um parenteses agora e explico:

Veja bem, o fato de eu querer que cheguem em mim na balada não quer dizer que eu vá pegar, na verdade, é só uma questão de ego, muito semelhante com a dos meninos que dizem: "beijei cinco na nigth". Gosto mais de: "haha, dispensei uns 3". Embora, eu não esteja com essa bola toda. 

Como eu disse anteriormente: ego... ou Super ego. (perdão, sou um ser humano fraco)

Fecho parenteses e contínuo o caso do sujeito:

Me perguntou o que eu fazia da vida, e para essas perguntas eu respondo que sou professora, o que também não é mentira. 

E o sujeito, vestido numa camisa bacana, umas pulseiras no braço e um cordão no pescoço, (tinha mais acessórios do que eu), enche o peito e diz: Eu sou um garoto de programa! Mas desses que faz programa na tv

Essa era minha deixa. Então, eu que já não estava mais afim de todo aquele teatro sem fins lucrativos, faço uma cara de "nossa, que legal" e digo: eu também sou garota de programa, mas não de tv

Ele arregala os olhos com uma cara de espantado e pergunta: 
- Sério?
- Sério! - respondo com a mesma empolgação dele quando disse que era garoto.

Minutos depois, subiu de volta para o camarote com seu baldinho de cerveja, porque, segundo ele, já tinha muitas meninas mandando-lhe mensagens. Pediu licença e sumiu. Podia não ter lá o melhor discurso, mas era educadinho o sujeito.







CONVERSATION

2 comentários:

  1. Boa tarde nina, seus contos me deixam sempre muito tremulo e com um tezão absurdo você realmente e uma mulher completa sou de cnp ainda quero ter a oportunidade de te conhecer pessoalmente grande beijo , infelizmente não tenho whats para conversarmos mais quando for ai te ligarei .

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    1. Estou longe de ser completa, mas acolho suas palavras com muito carinho. Obrigada!

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