Sobre encantos e desencantos

Existe um velho ditado que diz "Peixe morre pela boca", no meu caso talvez seja pela palavras, pois da mesma forma que alguns homens se encantam comigo pelo que escrevo no blog, hora ou outra também se desencatam pelo mesmo motivo.

Não o faço propositalmente. Juro! Quando se trata de cliente só faço e só farei post se for realmente um encontro bacana. Não escrevo sobre encontros ruins, pois não convém, esses apago da memória, o que já não posso dizer sobre os "peguetes", esses quando merecem meu descontentamento, recebem sim minhas amargas palavras.

Meses atrás estava surtando com uma tpm violentaa e nesse período eu fico extremamente carente. Coloquei na cabeça que precisava arrumar um namorado. Daí vieram algumas experiências fracassadas no Tinder que relatei aqui e outras que ainda não. 

Passei da fase carente/frustrada e entendi que namorado não era/é para mim. 

Gente, sou uma mulher que tem sexo durante a semana, mas é só isso. O carinho que de vez enquanto relato de algum cliente não é rotineiro, pois isso é justo o destaque.

A minha realidade é que nos fins de semana estou quase sempre sozinha. Perdi as contas de quantas vezes deitei triste porque não tinha uma companhia para deitar ali ao meu lado e conversar até dormir.

Perdi as contas de quantas vezes preparei um prato de comida sozinha desejando ter alguém para compartilhar. Perdi as contas de quantas vezes fiquei só na tv em pleno um sábado ou domingo com um dia lindo lá fora, por falta de companhia para ir a qualquer lugar. Perdi as contas de quantas vezes fui ao cinema sozinha.

Não tenho relação de namoradinha com meus clientes. Eles não deitam na minha cama e faz carinho na minha cabeça até eu dormir. Não me contam sobre a sua infância ou sobre seus planos futuros. Não me mandam mensagem no meio ou no final do dia dizendo que está com saudade. Não ligam perguntando o que vou querer para jantar e nem vou continuar descrevendo porque sinceramente já esqueci como se vive a dois. 

Houve dois clientes que até chegaram dizer "acho que te amo" durante o ato sexual. Pega na surpresa fiquei muda, porque nosso único contato era exclusivamente dentro do quarto, e não pude dizer o mesmo, não ia soltar um "eu te amo" só para agradar. Confesso que em outra situação com outra pessoa, eu soltei, mas porque era verdadeiro, obviamente não recebi de volta, ele também tinha seus motivos. Ossos do ofício.

Há um propósito no fim disso tudo e um preço. Meu trabalho e um relacionamento na mesma frase não combinam, e até chegar onde desejo, existe apenas uma única exceção que me faria mudar esse estilo de vida de agora, mas está longe de acontecer.

No mais, devo continuar atendendo, escrevendo, dano atenção aqui e acolá. Quando eu decidir ter um parceiro na minha vida, quero exclusividade, pois será recíproco. Até lá, a minha atenção para aqueles que me procuram é na mesma medida que recebo e de forma muito sincera.