O chorão do desconto

Tem sempre umas histórias que começam erradas, e no final a gente até ri da situação, com esse rapaz foi desse jeito. O sujeito me manda mensagem num domingo à noite por volta de umas nove. Você, se caiu aqui de gaiato, pode se perguntar "mas acompanhantes não ficam disponíveis à noite toda?". Normalmente ficam mesmo, mas existem exceções e me encaixo nela, não porque me acho melhor do que as outras que fazem, mas a vantagem de se fazer seu próprio horário é que defino meus limites. Blá, blá, blás à parte, o informei que não estava disponível e que não atendia naquele horário sem agendamento. E mesmo marcando no site onde publico o anúncio que não atendo no domingo, ele disse que não sabia. Pedir para ler todo o anúncio é pedir para ler demais, né? Ignoro, digo que tudo bem, envio as fotos que pediu, e vem a pergunta clássica:


Juro que eu tento ser educada, juro! Mas tenho que fazer o sujeito refletir, né? Homens que não tem costume de sair com acompanhantes acham a prestação de serviço cara, porque estão acostumados a ir para balada e investir na boa lábia para levar uma garota para casa. Isso talvez seja mais fácil para alguns. Aliás, como ele mesmo me disse nos dias que se seguiram:


No fim das contas, agendamos para uma quinta-feira porque ele tinha compromisso na sexta, mas depois de tanta conversa eu confundi os compromissos e me atrasei. Combinamos que eu o buscaria e iríamos a um motel. Como cheguei atrasada, tive que ouvir um sermão "Dona Nina, mereço um desconto agora". 

Assim que ele entrou no carro, entrei no modo automático e desandei a correr, o trecho que faço normalmente para aquele endereço estava cheio de buracos por causa da chuva, mas eu não sabia, e mesmo correndo, desviei direitinhos de todos, mas meu cliente já estava quase como o personagem do filme Tropa de Elite,  "pede para sair, zero 2"

Ver o desespero dele sentado achando que eu ia entrar em algum buraco, furar o pneu e ficarmos ali no breu foi suuuuuper engraçado. Tô rindo até agora, (rsrs) mas juro que não foi por maldade. 

Eu sabia que ele marcou o programa porque a curiosidade o estava matando...


o lance dele era ver se tudo o que eu tinha sustentado até ali era realmente verdade, mas ninguém vai num Buffet para ficar apenas olhando. Tirei a roupa sob seu olhar curioso e sentei na cama, naquele dia, além de tudo que já tinha começado errado, ele estava gripado. Mas como ele disse: "sou parceiro", manteve o agendamento, foi educado! O encontro rolou de acordo com o script. Sendo bem honesta, não dá para dizer que foi um encontro "quente" porque ele não estava 100% (prejudicado pela gripe), mas valeu a pena ter conhecido um sujeito bacana. Um advogado bem humorado, que conforme já combinamos, se ele enjoar da profissão, vai ser comediante de stand-up.

P.s. Não teve desconto!




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