Término

Toda relação amorosa começa com um encantamento todo especial né, tem a coisa da sedução, depois da conquista, a marcação de território, a rotina, o ostracismo, depois a tentativa de reviver as mesmas sensações do início e por fim o cansaço e o cansaço muitas vezes resulta num ponto final. Se tem alguém que entende muito bem de términos sou eu. 

A vantagem do término é que cada vez que ele acontece, a gente passa por uma enxurrada de emoções e isso não mata (na maioria das vezes) apenas fortalece ou endurece aquele músculo esquerdo. 

Querido diário, aliás, queridos leitores, eu estou terminando a minha relação amorosa com a minha profissão de acompanhante. Cansei. Exaustão mesmo, sabe? Eu até que planejei um tempo a mais para gente... cinco anos era o plano, nós teríamos momentos incríveis, viajaríamos, conheceríamos o país.. mas no meio do caminho eu descobri que nem gosto tanto assim de viajar. Não para isso, pelo menos. 

Depois de três anos e meio deitando em muitas camas de moteis, muitas vezes nas mesmas, respondendo as mesmas coisas, explicando, ouvindo e blá, blá, blá... a minha energia vai se esgotando. E, depois de muito processar, percebemos que minha profissão e eu não somos mais compatíveis. 

Aprendemos tanto, ela me empoderou tanto, me deixou tão forte e tão orgulhosa de mim, mas por fim, entendemos que foi o suficiente e agora nos organizamos para "mudar de casa". Já fiz isso na minha primeira relação conjugal, a despedida dói, mas revitaliza outros sentimentos.

A partir dessa semana que vem, minha agenda está aberta para as despedidas. Organizem-se!

beijos,

Nina



CONVERSATION

7 comentários:

  1. Poxa.... 2020 não vai acabar não, cada hora uma notícia ruim!
    Brincadeiras a parte, boa sorte!!!

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  2. Eis que o transar pode se repetir por milhares de vezes diferentes, mas há que ter o seu ninho de aconchego para não se esvaziar. Ainda que mto bom, putaria se esvazia, como o próprio nome diz em rima. Nina se cansou... é uma pena para nós, uma libertação para ela. Valeu a pena? Provavelmente, sim, pois "...tudo na vida vale a pena qdo a alma não é pequena..." (tal qual, por certo, a alma de Nina Honorato !).

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    1. Não vejo como uma libertação porque nunca me senti presa ou obrigada a fazer o meu trabalho, como já disse aqui algumas vezes, sou acompanhante por opção e não por falta de. Sexo para mim nunca foi uma prisão e porque receber para isso seria? Tô me despedindo só da vida profissional, mas a putaria estará sempre em mim, na minha vida e na minha alma.

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