Estava aqui pesquisando uns cursos e tentando estudar uma matéria de direito econômico para encerrar uma disciplina da faculdade, começo a contabilizar todos os cursos que tenho em mente, e me vem uma felicidade interna de poder planejar essas coisas porque HOJE tenho certeza do que quero para mim, do que posso conseguir e do que tenho conseguido nesses últimos meses.
Quando comecei nesse universo de garota de programa jamais imaginei que isso agregaria tanto na minha vida, imaginava que isso me traria algum retorno financeiro, mas não que impactaria tanto a ponto de me ver extremamente realizada e com uma paz de espírito...
Assim que decidi que faria disso um trabalho remunerado, me dediquei a pesquisar tudo da profissão, as experiências, os cachês, locais e até as doenças sexualmente transmitidas. Estudei muito, lí livros e blogs de ex garotas relatando suas histórias. E ciente dos riscos, entre de cabeça.
Do início até hoje evolui muito, seja na cama... aprendendo desde técnicas de sexo oral e anal, como lidar com diferentes pedidos e personalidades, aprendi a selecionar o tipo de cliente que eu gostaria de atender, e com isso, aprendi a me impor, coisa que era extremamente difícil pra mim em outrora, pois sempre tive uma dificuldade tremenda de dizer NÃO às pessoas. Trauma de infância, fui aquela garota que achava que precisava agradar todo mundo para gostar de mim. Isso porque não fui criada com meus pais, meu pai me tomou da minha mãe e me deixou com um casal que foram meus pais adotivos, lá pelas tantas, me devolveram para minha família e a cada ano, meus tios se revezam na minha criação, meu pai caiu no mundo para trabalhar, e minha mãe biológica, eu só fui descobrir que tinha uma com sete anos. Então fui criada assim, cada ano na casa de um parente, quando eu começava a me acostumar numa casa, me mandavam para casa de outro tio. Na minha cabeça de criança, eu achava que eu devia ser muito danada, e por isso eles ficavam me repassando... rsrs (Depois de adulta entendi que na verdade era só pela questão financeira, pq meus tios também tinham filhos). Mais tarde, já pré-adolescente, meu pai reapareceu e com uma madrasta, nessa época eu já morava com a minha mãe, mas ele me convenceu a morar com ele e sua esposa, que seríamos uma *ótima família". Foi um inferno, minha madrasta era realmente má. Depois de pular de casa em casa entre ele e a casa da minha mãe, com 17 anos terminei o ensino médio e cai na vida para trabalhar e estudar.
Me formei na faculdade de letras numa faculdade pública, me casei, tivemos uma filha (não necessariamente nessa ordem), atuei como professora por quase cinco anos, e embora eu sempre soube me impor na sala de aula, na vida pessoal era o caos, eu sempre aceitava o que me pediam, porque lá no fundo, criei o medo de que as pessoas me deixavam quando eu não agradava. E o sentimento de querer agradar a todos me perseguiu por muito tempo.
Hoje, quando entro num quarto para encontrar um cliente, eu sei dos meus limites. Sei até onde aceito ir para agradar o cliente e o que não aceito. A minha autoestima foi lá em cima, e meu libido também.
Aceitar que gostava muito de sexo, a ponto de tornar isso um negócio e ter em mente que lá fora, quem me julga não paga as minhas contas, seja família, amigos ou estranhos, ME FORTALECEU tremendamente. E se faço o que faço hoje tão bem é porque tenho consciência do que eu sou, e de que como foi difícil chegar até aqui.
Não tenho o menor pudor com o sexo pago, mas obviamente também não preciso declarar aos quatro cantos da cidade sobre o que faço e nem expor família e clientes.
Gosto do que eu faço hoje, porque hoje faço por opção e não por falta. São SETE MESES como garota, sete meses conhecendo pessoas incríveis! Uns vêm e vão... outros que ficam um pouco mais, porque não é só na cama que agrado, alguns desses gostam de conversar, às vezes até precisam, mas hoje eu agrado não porque preciso, mas porque gosto de ser o ombro ou o sexo rápido sem compromisso.
Obrigada leitor, por estar aqui e fazer parte desse pequeno universo meu!
chuac
ResponderExcluirParabéns pelo belo texto, sem pudores. Adorei Continua assim.
ResponderExcluirbeijoos