Fazia muito tempo que eu não me sentia assim, muito tempo. Talvez porque eu não precisasse lidar com pressão, agora que tudo está aí, batendo à porta, me dá uma pirada.
Ansiedade, o mal do século. Falta ar. Me dei conta do problema depois de sentar na cama muitas vezes para respirar fundo. Deitada eu repasso todos os pensamentos de medo dos últimos meses. Respiro, mas não chega até o fundo, sento na cama e puxo o ar lá do fundo. Agora sim, me deito novamente e minutos depois eu me lembro da preocupação. Repito o exercício, sento na cama, respiro fundo e me deito. Depois de repetir isso alguma vezes, dou conta que é mais uma crise de ansiedade. Antes que o apavoramento tome conta, eu desligo o ar-conndicionado, abro a porta e vou até a varanda, puxo o ar novamente e rezo para não precisar ligar para alguém ou ter que vasculhar a maleta de remédios atrás da bombinha, que há muito tempo não tem utilidade, e ao pensar nisso, me lembro da data de validade. Fodeu! Posso ter uma crise agora só por pânico. Olhei para o carro embaixo da sacada, é isso, dirigir me faz esquecer os problemas. Horas depois, apago a luz do quarto, penso em desligar a tv, mas fico com medo de novo. Mais uma noite com ela ligada até o amanhecer. Gosto de mudanças, mas desde que eu tinha 21 anos, nunca mais precisei mudar de cidade sozinha, agora me bate um medo intenso.
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beijos
Nina
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